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UM GRÃO DE AREIA
VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)
alimenta-se do grito
espelhado,
enigmático,
agônico,
estriônico,
que seja onda
esse som que resta ao grão,
em sua metamorfose
de areia
esculpido por vagas
e ventos e mais que seja
na onda
de marés,
gestos serpenteados
no gozo da flor
aberta a lírios e colibris
a tempestade em tormentas
nem sempre alcança o sonhador,
e se edifica
ou assim fica,
resta apenas,
um grão de areia... Nas mãos o afago,
e nos olhos que vê,
além da praia
(o arrebento de espumas pulverizando)
os desenganos
rochedos de poesias... E na língua, o acre-doce sabor!
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