Foto: VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES
O PEÃO E O PIÃO DENTRO DE UM CÍRCULO
Por: VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES
João
Pedro criou um jogo engraçado que denominamos de “O Peão e o Pião Dentro de Um
Círculo”, tudo para que a Margarida Flor aprendesse essa tal de matemática.
Foi
bem assim que ele disse para todos nós como foi que inventara de brincadeira a tal brincadeirinha só para
matar o tempo, pois a chuva caía torrencialmente, tanto que parecia que o mundo
ía derreter em água.
Margarida
Flor, a menina que sabia dançar frevo, todos os passos festivos e
carnavalescos, só não sabia multiplicar e dividir. Prova dos nove, nem pensar.
Alguém
bem estúpido falou e ensinou para essa menina de Pernambuco que mulher não
precisava aprender nadinha de nadinha de matemática porque era coisa de homem.
Só homem pensava e a boba acreditou nesse lero-lero. Não é que tinha medo de
aprender. Daí, o João Pedro imaginou um jeito de fazê-la compreender que mulher
pode e deve. Até Chaline quis entrar no círculo. E ensinar do seu jeito. Os
meninos e meninas reclamaram porque queriam era o jogo engraçado que o João
Pedro inventara. Todos queriam aprender, brincar e jogar o tudo/nada dentro do
círculo.
Jogar o tudo/nada dentro do círculo é tão
interessante que a gente esquece da vida.
De
fato, é um jogo de não esquecimento histórico sobre como algumas mulheres ousaram aprender, estudar e ensinar
a matemática para que soubéssemos o sentido da diferença de gênero em cognição,
além da interpretação dos sinais não-verbais e outras formas de comunicação
interpessoais.
No jogo cada um escolhia ser uma das mulheres
históricas, e mais uma cor preferida. Tipo
assim, quem escolhesse ser o infinito do ser poderia ser:
1- Enheduana- a princesa acádia, nascida na cidade de
Ur, que ajudou a decifrar as estrelas e desenvolver os calendários;
-Pergunta:
Quanto é uma laranja mais uma maçã?
Resposta:
Se não sabes o cálculo, imagines o brilho do olhar de quem recebe o pão
repartido ou a laranja ou a maçã!
2- Elisa- na obra Eneida, de Virgílio, é uma mulher
que aplica conhecimento matemático ao cercar umas terras com um fio de um único
couro de touro. Desfiando-o e contornando a área possível, ela fez acontecer.
-Pergunta:
Qual o valor da largura de um abraço?
-
Resposta: Poderia ser a emoção sentida ao cubo ao brincar em dois carrinhos de
bate bate!
3- Hipátia- a professora de matemática e filósofa,
filha de Teão (professor de matemática) que dirigiu o Museu de Alexandria
e foi morta (em março de 415 a.C
por uma multidão ensandecida que atacaram e dilaceraram seu corpo usando
cacos de conchas de ostras) por ser mulher,
defensora intransigente da liberdade de pensamento, da liberdade de expressão,
de aprender e ensinar.
- Pergunta: Por que a intolerância irradia-se na Terra e
causa furor?
- Resposta: Porque para alguns de nós pode ser a
liberdade a ideal substância!
4- Rosvita de Gandersheim- viveu por volta de 1.000 d.
C Foi professora de matemática e teatróloga. As peças Rosvitiana dão detalhes
da Teoria dos Números
-
Pergunta: É possível um número dissolver-se em luz e abrigar o código da
esperança?
-
Resposta: Sim e não. Não é privilégio da visão, e sim, um ato de
escolha de uma consciência aprendiz!
5- Madame de Chântelet- Traduz Principia de Newton (
aplicação do cálculo diferencial), no século XVIII.
-
Pergunta: Um triângulo também é uma figura e exerce seu valor?
-
Resposta: Sabe-se que o mar e o infinito não cabem no olhar enamorado de quem
vivencia o amor incondicional!
E assim ficávamos entre o Saber e o Sabor:
admiradíssimos. Mas também inventando coisas do arco da velha. Espere aí, vamos
jogar o jogo da velha? Ah! Você sabia
que há infinitas possibilidades quando a amizade toca o coração da gente? Vovô Chaline afirma que sim e nos diz sempre
que “Nada é impossível, enquanto vida houver!!!”
Olho o espaço infinito, este céu azul lindo,
lindíssimo com nuvens esbranquiçadas e imagens para que possamos advinhar todos
os seus sentidos. Sabiam que o Amor Incondicional é um quantum infinito? Pois
é, não é que é.
-
Veja esta é a imagem de Zenão de Eleia:
Fico
a imaginar o filho adotivo de Parmêmides- Zenão de Eleia-, o
fundador da dialética como arte de provar ou refutar a verdade de um argumento,
isto é, uma ideia ou ponto de vista. Foi o Zenão de Eleia quem colocou o
infinito em detalhes quando criou os paradoxos provando que existem leis lógicas
e universais na Natureza, cujos objetivos mostram a inconsistência de alguns
conceitos como a divisibilidade, movimento e multiplicidade.
Seus
argumentos contra o movimento são chamados de paradoxos. A palavra paradoxo vem
do latim (paradoxum) e do grego (paradoxos). O prefixo “para” quer dizer
contrário a, ou oposto de, e o sufixo “doxa” quer dizer opinião. O paradoxo
muitas vezes depende de uma suposição da linguagem falada, visual ou
matemática, porque modela a realidade descrita.
Quando dizemos “o riso é uma coisa séria” ou “ o nada
é tudo” estamos descrevendo um paradoxo, que também pode ser, enquanto figura
de linguagem uma antítese.
Um dos exemplos mais conhecidos é a corrida entre
Aquiles e uma tartaruga. Neste paradoxo, a tartaruga tem um avanço em relação a
Aquiles, e este nunca consegue alcançar a tartaruga, porque quando Aquiles
chega ao ponto do qual a tartaruga partiu, esta já se adiantou. Por exemplo, a
tartaruga começa a corrida 100 metros
adiantada. Quando Aquiles chega ao ponto de onde a tartaruga partiu, ela já se
adiantou mais 10 metros. Quando Aquiles avança esses 10 metros, a tartaruga já
se adiantou 1 metro, e assim infinitamente em distâncias infinitamente mais
curtas. Este paradoxo tinha como propósito desacreditar o conceito de movimento
contínuo. Um movimento contínuo é eu me aproximar sempre de você.( IN.: SE EU LHE DER O SOL VOCÊ NAMORARIA COMIGO?- VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES)
SOBRE A AUTORA:
VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES Escritora, poeta,
ensaísta, artista plástica, tradutora e conferencista. Nasceu em Italva em 25
de abril de 1956. Graduada em Letras/Português-Literaturas (UERJ/FFP); Pós-graduada
em Literatura Infanto-Juvenil (UFF-Niterói); e em Arteterapia na Saúde e na Educação
(UCAM-RJ). Catedrática de Literatura do Museu Belgrano na Argentina, outorgada
pelo Fundador e Diretor Dr. Ricardo Vitiritti; Membro efetivo da AIC-Academia
Internacional Contemporânea (Brasília-Brasil); Membro correspondente da
ALG-Academia de Letras de Goiânia (Goiás-Brasil). Membro fundador da ALMAS- Academia de Letras,
Música e Artes de Salvador (Bahia-Brasil), Delegada Cultural do Liceo Poético
de Benidorm (Espanha) no Rio de Janeiro-Brasil; Membro correspondente da
ALL-Academia Ludovicense de Letras– São Luís (Maranhão- Brasil). Recebeu:
Monção de Aplauso e Congratulações da
Câmara Municipal de Rio das Ostras (2001); Comenda Gonçalves Dias do Projeto Mil Poemas
Para Gonçalves Dias (2013); Comenda Luiz
Vaz de Camões- comemorativa aos 8 séculos da língua portuguesa (2014); Prêmio
Luso-Brasileiro de Poesias-melhores poetas de 2014- Mágico de Oz; Medalha e Diploma: Prêmio Luso-Brasileiro de
Poesias-Melhores poetas de 2015- Mágico de Oz.
Publicou:
Catacrese (1984), Nebe – A Emoção do Mundo (1991), No tempo distraído (2001),
Diversidades e Loucuras em Obras de Arte- um estudo em Arteterapia (ensaio,
2002), A Palavra do Menino e as Abobrinhas (2005), O chamado das Musas.
Pô-ética Humana: o enigma do recheio- a arteterapia ao sabor da educação
brasileira (pesquisa poética em arte e educação-creadores argentinos, 2008),
Núncia Poética (Poesias, 2010), Universo
Secreto-Entre o abismo e a montanha (contos, 2011), Cantigas Para a Mulher do
Século XXI (Poesias, 2013).
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