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ROMANÇA
a qualquer instante
Um pelicano róscido grita-nos
Bom-dia!
E além-mar as ondas bramem e beijam ardorosamente os rochedos...
Na delicadeza do gesto
Permita-se querer
A beleza que se apruma
fincada no gosto original da melodia
Hoje morreu um poeta cuja poesia
Tinha um coração que chorava alegria
Erva rústica, então nabiça: olho-d’água de Ribatejo
Simplesmente: “ uma florzinha silvestre que nasce nos escombros”
Que gostava de Pilar
Inventar o inventado
um bacalhau com grão-de-bico regado a vinho da casa
e galinha à cabidela, na tasquinha.
Entre figurinhas de barro do Estremos
Ou porque “dói-me o mundo”
Está à deriva na proa do verso
feito uma Jangada de Pedra... Só para alimentar a amizade.
De sua ironia e profundo humanismo ficou-nos o prazer, na língua!
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