quarta-feira, 25 de abril de 2012

POESIA: PÁSSARO DOURADO- VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES



PÁSSARO DOURADO

     Por : Vanda Lúcia da Costa Salles


     A todos os amigos ( e aos que virão)


No instante em que lemos, amor
As asas aplumam-se para o voo livre,
De pássaro dourado que és
Assim, a vida passeia em nossas entranhas, sem agonia.


É essa dourada cotovia passeia destemida, faceira


Paixão de sempre: do dia em que contavas nos dedos
O quanto sabias de números e segredos, ou
Rias alegremente, com vontade


Ah!  E a primeira poesia? Como gargalhavas, no instante perspicaz
Cantando a amizade e esse nosso amor pelas palavras
Amenizando a vida, o tempo e a rota
Sonhando musgos, orquídeas e compassos
Ou agasalhando o projeto com dedos firmes e zelosos...


E aqui, estamos nós, na fugacidade do tempo
Um pássaro dourado, cantando


Sua liberdade de voo, encanto
Em corpo humano, amigo do sonho de ser
Isso : a dobra no avesso do avesso, Ave!
 

sexta-feira, 6 de abril de 2012

POESIA: UM GRÃO DE AREIA - VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)





UM GRÃO DE AREIA



VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)



alimenta-se do grito
espelhado,
enigmático,
agônico,
estriônico,
que seja onda
esse som que resta ao grão,
em sua metamorfose


de areia
esculpido por vagas
e ventos e mais que seja
na onda
de marés,
gestos serpenteados
no gozo da flor
aberta a lírios e colibris


a tempestade em tormentas
nem sempre alcança o sonhador,
e se edifica
ou assim fica,
resta apenas,
um grão de areia... Nas mãos o afago,
e nos olhos que vê,
além da praia
(o arrebento de espumas pulverizando)
os desenganos
rochedos de poesias... E na língua, o acre-doce sabor!