terça-feira, 9 de junho de 2015

POESIA, POR QUÊ? - HOMENAGEM AOS AMIGOS DE GUIMARÃES E SÃO LUIS DO MARANHÃO-BRASIL








Regiana Tavares e Osvaldo Gomes




- POESIA, POR QUÊ?


                          Vanda Lúcia da Costa Salles 

                I
Porque a brisa marinha
impregna as sensações
que amadurecem  meu corpo, e ela,
presença em pôres-de-sóis
nesse meu corpo vida irradia, sinto
ainda que a cidade pareça vazia
e a luz do teu sorriso seja
um pontinho exuberante
pros que ficaram no cais...
Por quem choram os violões?
Ah, essa nossa imaginação!!!
                           II
Imagino Maria Firmina dos Reis lá
-bandeira destemida, tremulante!-,
Em Cumã de Guimarães,
Quantos barquinhos ao mar?
Quantos anseios? Quantas esperanças?
Quantas canções em bandolins enfeitados?
Quantos amigos e abraços apertados?
Quantas noites, quantos dias?
Firmes como rocha... Quantas saudades?
Quantos peixes na fieira, ó Joana Costa?!!!
Vixe, pirão, camarão e limão? Sei não,
O que diria Gonçalves Dias?
             III
Diga-me o que fazes, ó escritora Regiana Tavares, que aqui não estás?
Tu que ousaste inusitada poética reivindicar?
Criando uma ciranda de um humano poetar
Educação é a chave, base desse o Amor!!!
Porque o momento permite um trago
Ainda trago, ó Dilercy Adler,  nas mãos e
nas lembranças,  o gosto indelével
acri-doce
daquele licor alemão!
                          IV
Porque, às vezes, é tão difícil seguir os sonhos...
Viver é um risco, mas é preciso navegar.
Vencer as tempestades...
Aprumar o veleiro n’água

Seguir às estrelas
Rumo até o infinito dos lençóis...
Ou da própria
Lua
Na rua
Em que o Josenildo assobia a canção,
E a Nilce Farias sorri encantada
Quando o povo saracoteia o mesmo hino
Oswaldo Gomes passeia com toda a sua emoção,
Olhando de soslaio a moça bonita,
Amiga da mesma amiga,
Sentadinha na mesma praça,
Àquela mesma, ó Duzinha!,
em que o Ever (como bom peruano)
desenhou-me em branco papel
enquanto a banda passava,
cheinha de graça,
cantando coisas de amor!

         V
Seria a flor preferida vermelha?
A orquídea? Um ser afim?
A Yasmin, a Angel, a Rita?
Eu? A Joselita, o Elcy Amorim?
A Maria Bonita sob os lampiões?
Heim, heim, heim, heim?!!!

            VI
E nessa ciranda formada vieram somar:
A Idenilce, a Isabel, o Antonio Marcos,
A Silvia, a Augusta, a Adriana, a Isnândia
E a Tomasia, com sua calidez
- pássaros livres em prol da Educação!!!-,
Na aurora do dia,
Quando se  adentraram
 O  Antônio Noberto e o Jean Yves, o amigo francês
Só “Por Ver-te”, ó Vermelha Flor!!!

           
      VII

Porque é preciso cantar
Alegrar a vida
Pra que o tempo
Não se perca em um rio de lágrimas,
Mas sim,
Que as mesmas sejam bem ditas,
vai daqui o meu carinho em forma de  abraço,
porque juntos somos
no mesmo compasso!!!


segunda-feira, 1 de junho de 2015

PAVEL FRIEDMANN- POESIA DO HOLOCAUSTO







POESIA DO HOLOCAUSTO

       AUTOR: PAVEL FIEDMANN
       


A borboleta
A última, sim, a derradeira
Talvez lágimas do sol, se sonoras fossem vertidas
sobre pedras brancas...

Tão e tal especial matiz de amarelo
Ergueu-se luminoso, galgando as alturas.
Sei que voou pelo desejo de
beijar o mundo para dizer adeus


Aqui permaneci sete semanas,
Encurralado dentro do gueto.
mas eis que encontrei razões de amor.
Ramos de Esperança chamavam por mim
Brancas flores dos castanhais luziam no pátio.
Apenas nunca mais outra borboleta.
Aquela fora a última.
Borboletas não sobrevivem aqui
no limo do gueto.



PAVEL FRIEDMANN- nasceu a 07 de janeiro de 1921, em Praga, e foi deportado para Terezin em abril de 1942. Morreu em Oswiecim (Auschwitz) em 29 de setembro de 1944.
O poema foi preservado, em cópia datilografada, na coleção de poesia de Pavel Friedmann, e doado ao Museu Judaico Nacional durante a sua campanha de documentação. Datado de 04 de junho de 1942.