segunda-feira, 1 de junho de 2015

PAVEL FRIEDMANN- POESIA DO HOLOCAUSTO







POESIA DO HOLOCAUSTO

       AUTOR: PAVEL FIEDMANN
       


A borboleta
A última, sim, a derradeira
Talvez lágimas do sol, se sonoras fossem vertidas
sobre pedras brancas...

Tão e tal especial matiz de amarelo
Ergueu-se luminoso, galgando as alturas.
Sei que voou pelo desejo de
beijar o mundo para dizer adeus


Aqui permaneci sete semanas,
Encurralado dentro do gueto.
mas eis que encontrei razões de amor.
Ramos de Esperança chamavam por mim
Brancas flores dos castanhais luziam no pátio.
Apenas nunca mais outra borboleta.
Aquela fora a última.
Borboletas não sobrevivem aqui
no limo do gueto.



PAVEL FRIEDMANN- nasceu a 07 de janeiro de 1921, em Praga, e foi deportado para Terezin em abril de 1942. Morreu em Oswiecim (Auschwitz) em 29 de setembro de 1944.
O poema foi preservado, em cópia datilografada, na coleção de poesia de Pavel Friedmann, e doado ao Museu Judaico Nacional durante a sua campanha de documentação. Datado de 04 de junho de 1942.

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