Mostrando postagens com marcador ENLACE MUSEU PÓS-MODERNO DE EDUCAÇÃO. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ENLACE MUSEU PÓS-MODERNO DE EDUCAÇÃO. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

CONTO: O CURIBOCA E A CUMBUCA- VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)



Foto: Vanda Lúcia da Costa Salles




O CURIBOCA E A CUMBUCA






O caraxué cantou no laranjal espremido por entre as folhas esconderijos. O curiboca foge de si mesmo. Colocara a mão em cumbuca e não sabia como sair.
A lenda narra que amarrou a liana aos pés e pulou o abismo. Evolou-se. No litigo bateu e o élan do corpo evaporou-se. Vergonha foi da insídia cometida. Deixou cair o escudo tribal.
Todos sabiam na tribo que seria assim. Estava escrito. Sua conduta exorbitante, sempre fora exercício de exibição e desgosto para a pequena indígena que o criara com profundo e infinito amor.
O escudo ficara entrincheirado entre as pedras. No alto, da Serra Barriga. Um tempo viria em que o Outro descobriria o segredo. Se segredo houvesse. Mas vovó Cambinda, calma esperava o curiboca e o seu amigo albino, confiante no sorriso do neto que a levaria aos parentes mais próximos, além mar. Viveria na América, sim senhor!
Estúpido preparara a armadilha para a anciã que sorria, aguardando o presente anunciado. O que ela não sabia era que ele a vendera ao branco albino, que se aproximava, remando lento, em sua velha canoa.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

BREVE LANÇAMENTO: NÚNCIA POÉTICA- VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)



Foto: Capa do livro NÚNCIA POÉTICA, de Vanda Lúcia da Costa Salles (Brasil)



NÚNCIA POÉTICA*



VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)


Do caos
essa núncia poética buquê
requer diálogo com o mistério do mundo.



Da cosmovisão
se a flor, a folha úmida, as borboletas
e o livro aberto.



De/vês restasse o som
e na possibilidade da mão
a escrita como capim verde.



Na folha úmida, larvas
pintassilgos, canário-belgas e ararajubas
uma rã coaxa a graça de um alecrim
e um ai em mim estala.



Só a poesia busca a delicada semente em um amante peito, creio
o cheiro da terra molhada espalha-se
em chuva olho-de-gato azul.




No ar o infinito no céu de sua língua
preserva-se semente brota a evidência
do que é humano e falho.





Anseio no ser (d) escrever o valo de estrelas
na menina do olho n’água escorre
essa Luz/Conhecimento
da energia concentrada e de um miosótis
vale a pergunta que inunda o fruto aberto.



Se somente sabemos o que aprendemos no despertar...
Se Literatura pura não há...
O que há é um coexistencialismo estético
que co(n)vida a vida ao livre pensar.




Será que uma compreensão, um toque
que toque nos reflexos
mudaria o ato de pensar?







* Poesia publicada na contra-capa do livro NÚNCIA POÉTICA.




** VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES:BIOGRAFIA:
VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES - É escritora, poeta, ensaísta, artista plástica e tradutora. Nasceu em Italva (RJ), Brasil, em 25 de abril de 1956, às 2:30 de uma tarde chuvosa de uma quarta-feira. Graduada em Letras/Português-literaturas em Língua Portuguesa pela Univesidade do Estado do Rio de Janeiro ( UERJ/FFP-SG, 1991),Pós-Graduada em: Literatura Infanto-juvenil pela Universidade Federal Fluminense (UFF,1992) e Arteterapia na Saúde e na Educação pela Universidade Candido Mendes (UCAM,2000).Diretora Internacional do T.A.A.R- Alitas de América-Argentina, no Brasil. E Fundadora e Diretora Geral do ENLACE-MPME : MUSEU PÓS-MODERNO DE EDUCAÇÃO (BRASIL). Designada pelo Diretor e Fundador do Museu Particular General Belgrano, o Dr. Ricardo Vitiritti, com o título de Catedrática Oficial de Literatura nessa entidade, em 11 de outubro de 2008.
BIBLIOGRAFIA:

* CATACRESE (contos, 1983), edição em mimeógrafo.

* NEBE- A EMOÇÃO DO MUNDO ( Literatura Infanto-juvenil,1992)- em serigrafia. Menção Honrosa na V Bienal Internacional do Rio-Centro, no Rio de Janeiro, pela Secretaria de Educação e Cultura do Rio de Janeiro,
* NO TEMPO DISTRAÍDO (narrativas, 2001, Ágora da Ilha),

* DIVERSIDADE E LOUCURAS EM OBRAS DE ARTE- Um Estudo em Arteterapia (ensaios, 2002, Ágora da Ilha),

* A PALAVRA DO MENINO E AS ABOBRINHAS ( infanto-juvenil, 2005, HP Editora),

* O CHAMADO DAS MUSAS. PÔ-ÉTICA HUMANA: O Enigma do Recheio- a arteterapia ao sabor da educação brasileira (pesquisa em arte e educação, 2008, Creadores Argentinos, Buenos Aires)- co-autoria com a poeta Silvia Aida Catalán;

* NÚNCIA POÉTICA (poesias, CBJE,2010).
* UNIVERSO SECRETO: Entre o Abismo e a Montanha (contos, Virtualbook Editora,2011)

ANTOLOGIAS QUE PARTICIPA:

* OS MELHORES POETAS BRASILEIROS HOJE/1985 ( RJ: Shogum Editora, 1985),

* III ENCUENTRO NACIONAL E INTERNACIONAL DE NARRADORES Y POETAS - "Unidos por las Letras"-2009, Bialet Massé (Córdoba-Argentina,2009),

* POESÍA EN TRÁNSITO/POESIA EM TRÂNSITO: Argentina-Brasil, bilingue, ( Buenos Aires, La Luna Que, 2009),

*"SER VOZ EN EL SILENCIO" - 1ª ANTOLOGÍA NACIONAL Y INTERNACIONAL 2010 - S.A.L.A.C. - Villa Carlos Paz (c.ba), Argentina, 2010.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

HOMENAGEM: EUGÉNIO DE ANDRADE (PORTUGAL)




FRENTE A FRENTE


EUGENIO DE ANDRADE (Poeta de Portugal)


Nada podeis contra o amor,
contra a cor da folhagem,
contra a carícia da espuma,
contra a luz, nada podeis.


Podeis dar-nos a morte,
a mais vil, isso podeis.
- e é tão pouco!

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

SEJAM TODOS CONVIDADOS/SEA TODOS ENVITADOS



Foto propaganda por: ANDRÉ LUIZ DUARTE, a pedido de Vanda Lúcia da Costa Salles



"... O MEU REBENTO ESTÁ ALGRE NA VIDA... APESAR DA LUTA, PORQUE A POESIA SE REVELA INTENSA E GRANDE..."


VS

domingo, 25 de setembro de 2011

CONTO CURTO: DO NADA - VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)




ALÉM DA FLOR DO MARACUJÁ!!!







Foto:Flor de Maracujá




DO NADA



VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)




Não era fada. Nem bruxa. Simplesmente, uma mulher acordando para a vida e sonhando, apesar da luta empreendida e das descobertas. Falava com as estrelas. Inventava coisas nas possibilidades. Às vezes, era denominada de Velha. Tinha dificuldades com as calçadas. Amargurava a velocidade cruel do trânsito em sua travessia. A questão da sustentabilidade entranhava em seu ser. Mas prioridade era compartilhar um sorriso. Além das 3.555 convocações cibernáuticas.
Nas nuvens vivia com seu i-pod! Em seus 103 anos, ninguém afirmaria ser militante. Pois era. Com seu cartaz acampara em frente ao palácio do homem representante. Sabia de objetivos. Também se chamava Canô.
Aposentada sabia: sempre não era uma palavra impossível e ainda era uma Educadora. Gostava da Lira. E isso era TUDO o que possuía: uma vontade muito, mas muito humanizada.
O seu cartaz ( com letras garrafais negras e vermelhas), no tempo e em tempo, fazendo história, apenas dizia:


Operação: Salário digno para os professores. Eu apoio.



( iN: UNIVERSO SECRETO(Entre o Abismo e a Montanha))

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

HOMENAGEM: O APANHADOR DE DESPERCÍCIOS- MANOEL DE BARROS (BRASIL)








Foto: Pássaros


O APANHADOR DE DESPERDÍCIOS

MANOEL DE BARROS (BRASIL)


Uso a palavra para compor meus silêncios
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
as que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimporantes.
Prezo instos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos misseis.
Tenho em mim esse atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas
Queria que a minha voz tivesse um formato de danto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.


( Manoel de Barros. Memória inventadas; a infância. São Paulo. Planeta do Brasil, 2003)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

ATENÇÃO!!!! AOS AMIGOS POETAS, PINTORES, EDUCADORES E DEMAIS ARTISTAS



Foto: Opera House -Sydney




O NOSSO SITE AGORA É:


http://enlace.no.comunidades.net/
ou
http://www.enlace.no.comunidades.net/



E NOSSA LOJA É:

VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES - MEI
EVENTOS( CAFÉ LITERÁRIO) E VENDAS DE OBJETOS DE ARTES ( LIVROS, TELAS PICTÓRICAS, ESCULTURA, POESIAS, ETC)

ALÉM DE UMA BIBLIOTECA COMUNITÁRIA:
MARIA AMARAL FERREIRA ( MARIA SALLES )- IN MEMORIAM

SITUA-SE:

AVENIDA MARICÁ, Nº 3314- LOJA
ALCÂNTARA- SÃO GONÇALO - RJ
BRASIL
CEP: 24.710.007

segunda-feira, 25 de julho de 2011

POESIA: AO SOM DA FLAUTA DE PÃ ... - VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)



Foto: Mar


Ao Som da Flauta de PÃ

( ou Para Além de Uma Noite Fria e Chuvosa)



Para a amiga: Chantal Foucault

Por: Vanda Lúcia da Costa Salles (Brasil)



Ouço os gemidos do mar.
Tão doce... impetuosos, às vezes, inconstantes,
quando suas águas
lambendo as rochas salpicam-nas,
espumas peculiares se entranham... Esse lugar... Longe,
é o que de mais lindo toca-me
(os sentidos),
Tal partículas de areia.. nos meus lábios... o sal do infinito saboreio... Em desejos,
O pensamento
apenas
segue o movimento das ondas... E oscilo.
Nos meus olhos,
os meus sonhos traduzem-se nesta flauta de bambu
que ora
cabem dentro do meu coração... tão aninhados... Criança feliz !
Se a natureza faz tudo isso,
o sublime é ser
na sensibilidade das mãos: o gesto,
ao considerar tudo, e
não só esse encanto do agora
que está absorto em nossas retinas,
no vai-e-vem das marés...
Um dia... é apenas
o que margeia,
no que de mais lindo curva-se ao instante,
feito esse elixir de luz.
transbordante em mim...





AU SON DE LA FLÛTE DE PAN
( OU EN PLUS D'UNE NUIT FROIDE ET PLUVIEUSE)


Pour amie Chantal Foucault

Par: Vanda Lúcia da Costa Salles (Brésil)




J'entends les gémissements de la mer.
So sweet ... impétueux, parfois incohérentes,
lorsque ses eaux
lécher les rochers parsemant leur,
Mousse particulière s'est impliqué ... Ce lieu ... loin
Quelle est la touche la plus belle moi
(Sens)
Ces particules de sable .. sur mes lèvres ... sel saveur de l'infini ... Dans désirs,
pensée
seule
suit le mouvement des vagues ... Et oscillateur.
A mes yeux,
mes rêves sont reflétés dans cette flûte en bambou
prier
s'insérer dans mon coeur ... comme imbriquées ... Enfant heureux!
Si la nature fait tout,
le sublime est d'être
la sensibilité de la main: le geste,
à tout considérer, et
non seulement le charme de la désormais
qui est absorbé dans nos rétines,
le va-et-vient des marées ...
Un jour ... est juste
quelles frontières,
dans la courbe la plus belle pour l'instant
cet élixir fait de lumière.
déborde en moi ...



AL SONIDO DE FLAUTAS
( O ADEMÁS DE UNA NOCHE FRÍA Y LLUVIOSA)



A amiga Chantal Foucault

Por: Vanda Lúcia da Costa Salles (Brasil)




He oído los quejidos del mar.
Tan dulce ... impetuosa, a veces incoherentes,
cuando sus aguas
lamiendo las rocas que salpican ellos,
espuma peculiar se vio envuelto ... Este lugar ... lejos
lo que es el toque más hermosas me
(sentidos)
Estas partículas de arena .. en mis labios ... sal sabor de lo infinito ... En los deseos,
pensamiento
sólo
sigue el movimiento de las olas ... Y el oscilador.
A mis ojos,
mis sueños se reflejan en esta flauta de bambú
orando
encajar dentro de mi corazón ... como anidado ... Niño feliz!
Si la naturaleza lo hace todo,
lo sublime se
la sensibilidad de las manos: el gesto,
tener en cuenta todo, y
no sólo el encanto de la actualidad
que se absorbe en nuestras retinas,
la parte de atrás y hacia adelante de las mareas ...
Un día ... es
lo de las fronteras,
en la curva más bellas del momento
este elixir hecho de luz.
desborda en mí ...

segunda-feira, 18 de julho de 2011

NOTA DE FALECIMENTO: ERNESTO GOLDAR (ARGENTINA)

Queridos amigos:



Hace apenas unos minutos me ha llegado la noticia del fallecimiento de Ernesto Goldar, poeta al que, desde siempre, le he brindado mi admiración, pero, más allá, ser humano de excepción, amigo, desde hace muchos años, como pocos son los amigos verdaderos que uno lleva puestos en la vida. Siempre dado, afectuoso, compañero en todo momento, jamás un sesgo de egolatría ni de soberbia, de una ternura poco común y de una alegría siempre vigente, carácter con el que, en toda ocasión, acompañó y participó con ánimo desbordante de todas mis propuestas y hasta de las más aparentemente disparatadas, como lo pudo ser esta Poesía en Tránsito, Antología bilingüe portugués – español que ha resultado ser una de sus últimas participaciones editoriales.



Como jurado para la Faja de Honor de la SADE 2011, junto con Jorge Sichero y Marta de París, le otorgamos esa distinción realmente merecida, premio que, por cuestiones administrativas y de organización interna no tuvo lugar para efectivizarse.



Hace apenas unos días compartimos en Gente de Letras su presentación del poemario de María Judith Molinari y pocos días después una cena y festejo en el que supimos conversar y reír como siempre, con su habitual buen humor y también su habitual entrega del abrazo afectuoso y profundo.



Amigos míos, quiero decirles, quiero que sepan que se nos ha ido de este mundo un poeta excepcional y un ser humano de los que quedan, acaso, demasiado pocos. No tengo todavía los datos de su velatorio porque esta noticia es apenas reciente, pero prometo hacerles llegar la información enguanto la tenga.



Sincera y profundamente dolida

Long

Silvia



PD: Acompaño la presente con una breve biografía y los poemas editados en Poesía en Tránsito



ERNESTO GOLDAR







Nacido en Buenos Aires y arquetípico transeúnte de esa ciudad, ha sido periodista y docente universitario. Acreditado ensayista, se le deben más de veinte libros dedicados a puntos de historia política, de sociología y de conexiones literarias de esos temas. Por mucho tiempo apenas si se difundió su obra poética, de la que dan cuenta hasta el presente sólo dos títulos: Feria de San Telmo, de 1977 e Instinto de conversación, aparecido tres años más tarde. Sin embargo, en los años últimos el reconocimiento a su condición de poeta se ha ido afianzando y hoy se lo considera uno de los más representativos de la poesía argentina actual, dentro de una línea de ternura descriptiva y reflexiva estrechamente adherida a perspectivas existencialistas del hombre, y que procura volcar lucidez sobre sus desencantos, limitaciones, pérdidas e incoercible ansia de pervivencia.

egoldar@redynet4.com.ar





Nascido em Buenos Aires e arquétipico transeunte dessa cidade. É jornalista e docente universitário. Renomado ensaísta, escreveu mais de vinte livros dedicados a pontos de história política, de sociologia e de conexões literárias com esses temas, num enfoque transdisciplinar.

Por muito tempo apenas se difundiu sua obra poética, das que dão conta até ao presente somente dois títulos: Feira de San Telmo, de 1977 e Instinto de conversação, surgido três anos mais tarde. Sem dúvida, nos últimos anos o reconhecimento a sua condição de

poeta e atualmente é considerado um dos maiores representantes da poesia argentina contemporânea. Dentro de uma linha de ternura descritiva e reflexiva, estreitamente aderida as perspectivas existencialistas do homem, o poeta que é, procura lançar lucidez

sobre desencantos, limitações, perdas e incoercível ânsia de sobrevivência.





Traduções de Vanda Lúcia da Costa Salles



AHORA



Sucede que gusta oír silbar a la gente.

El silbido es personal, anónimo,

viene como un mensajero atravesando las celosías y las puertas.



Se supone que el hombre que silba está contento,

hace un trabajo agradablemente monótono,

piensa algo ocurrente para contarle a la mujer,

siente aproximarse la hora del vino y la comida.



Los hombres soplan con delicadeza la alegría

cuando echan aire caliente al hueco de la mano

o aire frío a la sopa,

cerrando así los ojos,

creadores de esa melodía trivial que se les metió

entre los labios estirándolos para el beso

que dura el tiempo exacto de la melodía.



Silbadores de todos los países

no paren de silbar,

únanse por lo menos

en los compases cortitos de una canción.

--

De Instinto de conversación, 1980



AGORA



Acontece que gosta de ouvir as pessoas assobiar.

O assobio é pessoal, anônimo,

vem como um mensageiro atravessando as gelosias e as portas.



Supõe-se que o homem que assobia esteja contente,

faz um trabalho agradavelmente monótono,

pensa algo corriqueiro para contar à mulher,

sente aproximar-se a hora do vinho e da comida.



Os homens sopram com delicadeza a alegria

Quando lançan ar quente ao oco da mão

ou ar frio na sopa,

fechando assim os olhos,

criadores dessa melodia trivial que se infiltrou

entre os lábios estirando-os para o beijo

que dura o tempo exato da melodia.



Assobiadores de todos os países

não parem de assobiar,

unam-se pelo menos

nos compassos curtinhos duma canção.

--

Do Instinto de conversação, 1980





LAS COSAS POR SU NOMBRE



Si es necesario aclarar qué sección

prefiero de tu cuerpo,

me quedo con tus manos.



Si es urgente indicar qué me llevaría de tus manos

en el caso cierto de partir de viaje,

yo pediría la quietud con que tiemblan

cuando a veces –como de común sucede –

no nos ponemos de acuerdo o discutimos.



Y si es posible trasladar un instante

para aprisionarlo en el recuerdo,

elijo ese momento de la pasión con ellas,

cuando tus manos se arman para ejecutar ese juego

de guerra que las mueve y conforma.

--

De Instinto de conversación, 1980.



AS COISAS POR SEUS NOMES



Se é necessário aclarar que secção

prefiro de teu corpo,

fico com tuas mãos.



Se é urgente indicar que me levaria de tuas mãos

no caso certo de partir de viagem,

eu pediria a quietude com que tremem

quando às vezes –como de comum acontece–

não concordamos ou discutimos.



E se é possível trasladar um instante

para aprisioná-lo na lembrança,

elejo esse momento da paixão com elas,

quando tuas mãos se armam para executar esse jogo

de guerra que as movem e conforma.

--

De Instinto de conversação, 1980



UN DILEMA ESTUPENDO



Vos sabés bien que si por las mañanas

es tuya la libertad de despertarme,

no te cuento mis sueños.



No puedo,

te afligirían demasiado.

Me arrogo pues el derecho de usar mis libertades,

de concurrir a las reuniones nocturnas de la secta

donde se encienden diálogos y escenas,

allí donde pocas veces estás, pero que en todas

otra mujer parecida a un sucedáneo me invita

a menudeos caprichosos, gracias en común,

intimidades muy satisfactorias.



Por eso, cuando me despierto, tengo dificultad

en reconocerte, pero al advertir tu rostro matutino

siento que se parece tanto a una caricia que lava

que la libertad de la realidad

es la libertad que más me gusta.

--

De Instinto de conversación, 1980





UM DILEMA ESTUPENDO



Vós sabeis bem que se pelas manhãs

é tua a liberdade de despertar-me,

não te conto meus sonhos.



Não posso,

afligir-te-iam demasiado.

Arrogo-me pois o direito de usar minhas liberdades,

de concorrer às reuniões noturnas da seita

onde se acendem diálogos e cenas,

ali, onde poucas vezes estás, porém o que em todas

outra mulher parecida a um sucedâneo convida-me

a minúcias caprichosas, graças em comum,

intimidades muito satisfatórias.



Por isso, quando me desperto, tenho dificuldade

em reconhecer-te, porém ao perceber teu rosto matutino

sinto que se parece tanto a uma carícia que lava

que a liberdade da realidade

é a liberdade que mais gosto.

--

De Instinto de conversação, 1980





EDAD DE JUBILARSE



He leído

–no sé en cuál tratado de esos eruditos

que el amor se extingue.



Como la propiedad privada o el estado,

según las celebraciones socialistas;

como el pescado,

cuando media acción de gracias y arrepentimiento

reconociendo las fórmulas paulinas;

semejante a un vicio, para galenos y colegas,

igual que esta vida que se va según la metafísica.



Si las comparaciones sirven para algo,

en su propósito de dar fisonomía al postulado,

podemos concordar que entre vos y yo

la cosa terminó hace rato.

--

De Instinto de conversación, 1980



IDADE DE APOSENTAR-SE



Li

–não sei em qual tratado desses eruditos–

que o amor se extingue.



Como a propriedade privada ou o estado,

segundo as celebrações socialistas;

como o pescado,

quando media ação de graças e arrependimento

reconhecendo as fórmulas paulinas;

semelhante a um vício, para galenos e colegas,

igual que esta vida que se vai segundo a metafísica.



Se as comparações servem para algo,

em seu propósito de dar fisionomia ao postulado,

podemos concordar que entre você e eu

a coisa terminou faz tempo.

--

De Instinto de conversação, 1980





TRASTORNO DE CONDUCTA



En días como éste,

cuando se me dan todas en contra y la pesadumbre

se instala como un zapato en la cabeza,

confieso que a pesar de lo perdido me complazco

en presentir que dentro de tres, cuatro semanas,

empiece nuevos planes y también a amar,

como el obstinado que se interna

para la séptima operación de próstata.

--

De Instinto de conversación, 1980.





TRANSTORNO DE CONDUTA



Em dias como este,

quando todas as coisas vão contra e a aflição

se instala como um sapato na cabeça,

confesso que apesar das perdas me comprazo

em pressentir que dentro de três, quatro semanas,

comece novos planos e também a amar,

como o obstinado que se interna

para a sétima operação de próstata.

--

De Instinto de conversação, 1980

quinta-feira, 7 de julho de 2011

VÍDEO: VANDA SALLES- Poesia é meu encanto







* Agradecemos a Maria Elena Sancho por este maravilhoso trabalho de nós e em nós.

terça-feira, 5 de julho de 2011

NO OCO DO DIA - VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)


Foto: Praia (Brasil)





NO OCO DO DIA


VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)




até sabia das coisas...
que de longe os movimentos alados ondeavam nuvens
e próximo, o dia, bem sonso
camuflava
o verde de sua escrita


Um sapo, seixos ilhados, rãs coaxantes, olhos extasiados
um leve adorno de bem-te-vi
flamingos, pintassilgos, alegres sanhaços
mutirão de andorinhas gritando ao longe
na pele do tronco n'água
um som de felicidade
e leveza
existencial





Alguém saberia da paisagem: o quanto cabe de silêncio no oco do dia?

quarta-feira, 29 de junho de 2011

POESIA: QUANDO UMA AMIGA PASSEIA EM SAINT-MALO - VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)


Foto: Pôr-do-sol em Saint-Malo(França)


AH! QUANDO UMA AMIGA PASSEIA EM SAINT-MALO

À CHANTAL FOUCAULT (FRANÇA)

VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)


1


A poesia canta
surpresa
a alma delira:
uma gaivota pequena repousa sobre a cabeça de um grande escritor!
(a vida explode vivacidade)
Chateaubriand! ! Chateaubriand!




2

A sede é grande:
Como viver sem poesia?





3


se
Na imensidão de um por do sol
memórias brotam
nas pedras de granito cinza
esta jóia medieval
jornais são lidos
as crianças brincam
no Labirinto do Corsário
(O caminho é feito)
no Museu de História da Cidade
(Um vôo na imaginação)
sem olhar fatigado
nos abraços pernas e tumultos
O burburinho do dia:
contém
nas toras de madeira
o ímpeto das ondas ... Chantal passeia com um sorriso todo seu



AH! QUAND UNE AMIE PROMENADES À SAINT-MALO

A CHANTAL FOUCAULT (FRANÇA)

VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRÉSIL)

1

La poésie chante
surprise
l'âme des raves:
une petite mouette se repose sur la tête d'un grand écrivain!!!
(Vie explose vivacité)
Chateaubriand!! ! Chateaubriand!!!



2

La siège est grand:
Comment vivre sans poésie?





3

Si
Dans l'immensité d'un coucher de soleil
souvenirs germent
pierres de granit gris
ce joyau médiéval
les journaux sont lus
les enfants jouent
le Labyrinthe Du Corsaire
(Le chemin est faite)
Au Musée d’Histoire de la Ville
(um vol dans l’imagination)
ne cherchez pas plus fatigués
câlins jambes et tumultes
le buzz du jour:
contient des bûches de bois
l'élan des vagues ... Chantal promenades avec un sourire à toutes vos




*( In:Vanda Lúcia da Costa Salles, Dourada Cotovia, 2011)

*VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES: nasceu em Italva, interior do Rio de Janeiro, Brasil, em 25 de abril de 1956. É escritora, poeta, ensaísta, artista plástica, tradutora e conferencista.Graduada em Letras/Português-literaturas, pela UERJ/FFP;Pós-Graduada em Literatura Infanto-Juvenil pela UFF;e em Arteterapia na Saúde e na Educação pela pela UCAM.Catedrática de Literatura do Museu Belgrano(Argentina), ortogada pelo Fundador e Diretor Dr. Ricardo Vitiritti; Diretora Internacional do Taller Artístico Alas Rotas-Alitas de América, nomeada pela Fundadora e Diretora Geral do T.A.A.R., em Argentina Srª Silvia Aida Catalán; Fundadora e Diretora do ENLACE MPME MUSEU PÓS-MODERNO DE EDUCAÇÃO.

Publicou: No tempo distraído (narrativas, Ágora da Ilha,2001),
Diversidades e Loucuras em Obras de Arte- um estudo em Arteterapia (ensaio, Ágora da Ilha, 2001),
A palavra do menino e as abobrinhas ( infanto-juvenil), HP.Editora,2005), O chamado das musas.Pô-Ética Humana: o enigma do recheio- a arteterapia ao sabor da educação brasileira(pesquisa poética em arte e educação, Creadores Argentinos, 2008; Núncia Poética (poesias, Cbje,2010).

Participa também das seguintes antologias:
Os melhores poetas brasileiros Hoje/1985(Shogum Editora, 1985), III Encuentro Nacional de Narradores y Poetas - Unidos por las Letras!-2009-Bialet Massé (Córdoba, Argentina,2009),
Poesia em Trânsito-Brasil/Argentina (La Luna Que, Buenos Aires, 2009, e
1º Antología Literaria Nacional e Internacional 2010 " Ser Voz en el Silencio, S.A.L.A.C. va.Carlos Paz, Córdoba-Argentina (Galia's, Editora Independiente,2010.