NÚNCIA POÉTICA
Do caos
Essa núncia poética buquê
Requer diálogo com o mistério do mundo
Da cosmovisão
Só a flor, a folha úmida, as borboletas e o livro aberto
De/vês restasse o som e na possibilidade da mão a escrita como capim verde
Na folha úmida larvas, pintassilgos, canário-belgas e ararajubas
Uma rá coaxa a graça de um alecrim e um
ai em mim estala
Só a poesia busca a delicada semente em um amante peito, creio
o cheiro de terra molhada espalha-se chuva olho-de-gato azul
no ar o infinito no céu de sua língua
preserva-se semente brota a evidência
do que é humano e falho
anseio no ser (d)escrever o valo de
estrelas na menina do olho n'água escorre essa luz/conhecimento
da energia condensada e de
um miosótis vale a pergunta que inunda
o fruto aberto
se somente sabemos o que aprendemos no despertar...
se Literatura pura não há...
O que há é um coexistencialismo estético que co(n)vida a vida ao livre pensar
Será que uma compreensão, um toque
Que toque nos reflexos mudaria o ato de pensar?
Do Livro: NÚNCIA POÉTICA (cbje, março de 2010)
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